segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O dedo na ferida


Il faut toujours se poser des questions.
Ola.

Gostaria de escrever umas coisas bem pessoais aqui . Acho que isso pode até chocar algumas pessoas, mas como o blog é meu eu posso escrever as barbaridades que eu quiser. hahahahahaha

Primeiro, eu assumo que eu vim para QC por questðes econômicas. Nao temos a pretensão de ficar ricos, mas queremos sim ter uma vida um pouco mais confortável e poder fazer planos para o futuro.

Vamos lá, eu sou Engenheira Civil (quem acompanha o blog a mais tempo já sabe) e meu marido é programador. As vezes sinto até tristeza em falar, mas meu ultimo salário no Brasil foi de R$ 800,00 (acreditem se puderem). Saimos do Brasil com o intuito de buscar uma vida melhor, pois sabiamos que não adianta "remar contra a maré no Brasil".

Nós queriamos ter uma casa, um carrinho, filhos , poder ter uma segurança no futuro , mas com os salários que a gente tinha no Brasil, no way! Decidimos parar de reclamar e partir para a ação e foi quando começamos o processo e decidimos vir.

Digo sim, que se eu tivesse uma vida estável no Brasil, com um bom emprego, um bom salário, uma casa própria, um carrinho eu não tinha vindo, não mesmo.

Porque falo isso: Uma para por pra fora o que eu penso ( não que alguém ligue pra isso, mas escrevo mesmo assim ) e outra para dizer que devemos tomar um pouco de cuidado com o discurso "eu vim para cá para dar um futuro melhor para meus filhos". Porque digo isso, remetendo ao post do almoço grátis, o governo do Québec não mantém o programa de imigração porque eles são "bonzinhos", eles querem que nos trabalhemos e paguemos impostos e uma parte destes impostos serve para financiar as aposentadorias (porque a população e "veillissante" e financia também aquilo que o individuo vai deixar de produzir para a sociedade ao se aposentar) . Uma parte desta conta quem paga somos nos os imigrantes, mas o grosso disso será pago por nossos filhos (por meio da elevação de impostos). Resumindo a opera, você olha pra seu filho e vê aquele lindo anjinho, o governo do Québec olha pro seu filho e vê um cifrãozinho! Por que você acha que cada criança menor de doze anos vale 3 pontos na entrevista?

Não que eu va me mudar por causa disso, afinal todos os lugares do mundo tem problemas e outros lugares do mundo tem problemas semelhantes, inclusive o Brasil. Vou ter meus filhos aqui mesmo, não importa onde eles nasçam, eles vão enfrentar "pas mal de problèmes". Inclusive, pra mim, o Québec é o Brasil que deu certo! hehehehehe.

Inclusive, no balanço geral estamos saindo no lucro!

Mas então, por que você escreveu isso? "Morde e depois assopra"?

Na verdade, a conclusão do meu raciocínio é a seguinte: Temos ser bem lucidos no nosso projeto de imigração e temos de entender qual é o nosso papel aqui e o que é que o governo espera de nós, acho muito importante entender qual e a "lógica da coisa", para podemos se posicionar a respeito. Acredito que uma boa parte dos candidatos à imigrante ainda são um pouco ingenuos.

Ainda , digo e repito não existe almoço grátis!

2 comentários:

Louise Galdino disse...

Valeu Bi!
Sem o apoio de vcs jamais teríamos sido tão felizes!
Obrigada sempre!!!

Hugo Bentes disse...

Olá Baratinha, eu procurando engenharia civil no Québec no google vi o seu blog aqui. Então, eu sou Hugo e serei engenheiro civil (se DEUS quiser) em dezembro e vi que tu é engenheira também. Pois então, estou pensando em migrar e n vou dizer que estou bem informado mas digamos que já li um pouco sobre a vida ai (Ordem dos engenheiros e outras coisas). Muitos falaram que o problema muitas vezes é a língua e, se isso for verdade, me ajuda um pouco porque morei 18 meses na França (6 meses de universidade + 12 meses de estágio em cálculo estrutural) e digamos que alguns termos técnicos como poutres, poteau e outros já estou um pouco acostumado. Então, eu gostaria de saber como ta a questão d'emploi para engenheiro civil ai pelo Québec, se tu sabe algo em relação a cálculo estrutural (é área que eu tenho um pouco de experiência mas toparia outra área). Merci d'avance de votre attention

Hugo