segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Eis um dos motivos pelos quais sai do Brasil...

Eu li este texto, no blog do Marco Bahé e Pierre Lucena, simplesmente amei pois traduz exatamente aquilo que penso. Acho um disperdicio de talentos esta "Industria do Concurso Publico".
Eu sai do Brasil para procurar uma melhor oportunidade de trabalho/salario/carreira no Quebec. Graças a Deus até agora tudo esta dentro do esperado.
Convido-os a ler o texto e refletir bem sobre o assunto!
Brasil virou a Republica dos Concursos
"A notícia de que os salários do STF poderia ir para mais de R$ 30 mil está animando a elite do funcionalismo público, formada por bacharéis em direito.

Parte significativa dos cargos é reajustada quando o salário dos Ministros do STF sobem, porque o teto destas categorias varia de acordo com os vencimentos dos ministros. Lépido como um raio, estes órgãos aumentam quase que imediatamente os salários, onde normalmente o piso é igual ao teto. Um salário de Juiz do Trabalho, por exemplo, tem o teto de 90% do salário do Ministro do STF. Mas este também é o piso. Todos recebem isso.

Os altos salários de algumas carreiras do serviço público está gerando uma enorme distorção no mercado de trabalho brasileiro, com reflexos na produtividade dos recém-formados. Atualmente centenas de milhares de jovens, ao invés de estarem produzindo, estão parados estudando para algum concurso. Passam de um a dois anos sem nenhuma produção, seja física ou intelectual, a não ser a decoreba necessária para “passar em um concurso”, seja ele qual for. A regra de escolha varia entre a “paga muito e trabalha pouco” a “satisfação pessoal com a profissão”.

Ao fim dos dois anos de estudo, quase nada foi acrescentado ao candidato, que já teve 5 anos para ser formado. No fim estamos aumentando o tempo de escolaridade superior do cidadão, de 5 para 7 anos, sem que isso se reflita em melhoria intelectual.

Temos que lembrar que o mérito de um formando em uma universidade pública, por exemplo, não é apenas dele. Sua estada por lá custou à sociedade dezenas de milhares de reais, e sua contribuição esperada é o trabalho, não necessariamente no serviço público.

A distorção salarial entre algumas carreiras é alarmante. A diferença de salário de um procurador e um bom advogado, funcionário de um escritório particular, chega a 1000%. Um ganha salário digno de Brunei, e o outro de Bolívia. No caso dos promotores e procuradores da República, nem na Europa se ganha tanto. E lá não se ouve falar em 60 dias de férias e recesso remunerado.
Nas outras carreiras, as atividades-meio, como auditores, fiscais, analistas do Bacen, etc., o Governo Lula aumentou os vencimentos de maneira estratosférica. Um bacharel com experiência zero, decorador de legislação e de questões de concurso pode ser alçado ao salário inicial de R$ 17 mil, sem ao menos ter feito um estágio sequer.

No final a relevância para o produto de um país desta indústria de concursos é zero, a não ser para os donos de cursinho.

Não se avalia o compromisso com o serviço público, e ao fim do estágio probatório vem a tão sonhada estabilidade. Na grande maioria dos órgãos não há a menor cobrança.
Estamos incentivando a baixa inovação e a improdutividade. Pegamos promissores empreendedores e os colocamos para auditar empresas. O prejuízo para o país é imenso. É uma grande inversão de valores.

Um servidor demitido por incompetência ou por nada fazer? Isso nem em pensamento.

A saída para isso?

Com certeza não é a volta ao passado, onde era preciso alguma indicação.

Mas o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal são alguns bons exemplos alternativos, onde se seleciona para o começo da carreira, e internamente, com produtividade e mérito, os funcionários sobem na carreira. Tem seus problemas e injustiças, mas é melhor do que a situação que temos hoje. Com todos os problemas, a carreira de professor universitário também é assim.

O triste nisso tudo é que estes exemplos que dei acima são os que são menos reconhecidos pelo Governo, com salários abaixo da média.

Enquanto discutimos isso, pelo menos meio milhão de pessoas estão sem produzir, apenas esperando o próximo concurso. De preferência aqueles onde a carreira já começa no topo.

Vai chegar o dia onde a viúva, essa “vaca de divinas tetas”, não terá leite para tanto bezerro."
Bom, sucesso pra todo mundo!

4 comentários:

Unknown disse...

A coisa é tão séria que existem vários cursinhos exclusivamente para preparar os candidatos para concursos,uma verdadeira indústria!!
Foi tão impressionante ver que parentes que nem sabíamos que tinham nosso telefone daqui(nunca haviam ligado,nem pra desejar Feliz Natal)nos ligaram para dizer que Marcelo havia sido aprovado naquele concurso de Campo Alegre..haja paciência!! Não nascemos pra isso não!!
bjs.

Nara Cavalcante disse...

Estou assistindo a reprise da novela Vale Tudo q passou em 88, nossa naquela epoca ha 22 anos atras, ja era a mesma safadeza q hoje, conclusao, NADA MUDOU!
"Brasil, mostra tua cara, quero ver quem paga, pra gente ficar assim..."

cmacorin disse...

A coisa tá e vai continuar preta... Anyway, adoro seu blog!!! Obrigada por deixá-lo disponível para "pesquisadores" e curiosos!!! Um abraço

Green disse...
Este comentário foi removido pelo autor.