A face do preconceito

Ola pessoal.

Achar que em QC não tem preconceito, que não violência, que não problemas sociais, que não político corrupto e que não tem picaretas é coisa pra gente muito ingênua.

Hoje quero falar de uma coisa que vem me chamando a atenção, o preconceito que o québecois médio tem com relação aos que vivem de BS e que muitas vezes é confundido com preconceito em relação à imigrantes.

Vou usar como exemplo um caso que venho acompanhando pela midia.

Todos os dias ligo o rádio do carro pra ir trabalhar e escuto o noticiário. À algum tempo acompanho um caso de uma família de franceses que tem duas filhas, uma das quais tem paralisia cerebral. O pai veio para cá na categoria de investidor (foi o que eu entendi) e tem uma empresa . Eles estão aqui à alguns anos e foram pedir a residência permanente para ele e sua família, porém esta lhe foi negada por causa do problema da sua filha, pois o governo alegou a ele que a menina seria fardo muito grande para o sistema de saúde do Québec.

Muito bem. A família contratou um advogado, entrou com um recurso (alegando que existem famílias de refugiados nas quais todos estão doentes e mesmo assim são aceitos por questões humanitárias) . O caso ainda sera julgado, porem não é esse o ponto que me chamaou a atenção.

O que me chamou a atenção foi a atitude do jornalista querendo entrevistar o pai e o advogado. Ele se mostrou favorável  e por diversos momentos soltva frases do tipo " Eles são trabalhadores, pagam impostos, eles não estão vivendo de ajuda social" "Eles não são como certas famílias de turistas norte africanos, que fingem que desmaiam e vem se tratar aqui. Isso é um golpe", diz o jornalista.

O que ficou bem claro pra mim, mais uma vez é que existe um preconceito muito grande contra quem vive de ajuda social, que as vezes é confundido com preconceito contra imigrante ou contra refugiado.

Inclusive a Rádio Canadá fez esses tempos uma série de reportagens chamada "Naufrages de Villes"  que chama a questão para os que vivem de ajuda social e para com o preconceito que eles sofrem.